PSOL e campanha de Wesley Teixeira: mudanças entre as edições
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[[Wesley Teixeira]] é candidato pelo [[Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)]] a vereador em Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Com o crescimento de sua candidatura e as discussões em volta de uma autocrítica à esquerda, [[Pedro Abramovay]] e [[ | [[Wesley Teixeira]] é candidato pelo [[Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)]] a vereador em Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Com o crescimento de sua candidatura e as discussões em volta de uma autocrítica à esquerda, [[Pedro Abramovay]] e [[Sueli Carneiro]], no mês de setembro de 2020, organizou uma ''live'' para promover Wesley à alguns membros da elite econômica brasileira, que se dizem preocupados com o crescimento do autoritarismo no país: [[Walter Salles]], cineasta que integra o conselho administrativo do [[Itaú]] Unibanco, [[João Moreira Salles]], a escritora, também ligada ao Itaú, [[Bia Bracher]] e [[Armínio Fraga]]. O resultado da reunião foi o grande apoio financeiro dos participantes, contando com uma doação de 30 mil reais de Fraga. Nesse contexto, o [[Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) | PSOL]] se dividiu em opiniões a respeito da polêmica, parte rechaçou a decisão do candidato de aceitar as doações, visto que essa atitude pode resultar, se eleito, num apoio político em relação aos endinheirados doadores, parte defendeu Wesley, ao acreditar que ele não se rendeu aos interesses das elites, ao aceitar um apoio econômico decisivo para sua campanha, e apoiar o diálogo e negociação com outros setores mais ricos da sociedade. Essa divisão de opiniões, que reflete os conflitos dentro da esquerda política, provocou uma grande crise no partido, às vésperas das eleições estaduais e municipais, resultando na ameaça de importantes desligamentos ao partido, como [[Marcelo Freixo]]. | ||
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Não tem que devolver dinheiro nenhum. Tem que ganhar a eleição para lutar pelo povo preto e pobre de Caxias. O Psol quer só mais um pretinho pra juntar votos pra caixinha dos brancos. Não terão! Atacar @wesleyteixeiras é atacar pretas e pretos em todo Brasil. Vai custar caro.” (Belchior via Facebook e Twitter, 01/10/2020) | Não tem que devolver dinheiro nenhum. Tem que ganhar a eleição para lutar pelo povo preto e pobre de Caxias. O Psol quer só mais um pretinho pra juntar votos pra caixinha dos brancos. Não terão! Atacar @wesleyteixeiras é atacar pretas e pretos em todo Brasil. Vai custar caro.” (Belchior via Facebook e Twitter, 01/10/2020) | ||
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[[Arquivo:Photo 2020-10-05 12-06-33.png|commoldura|esquerda|Armínio Fraga destacado em rosa]] | |||
Fraga é, ou já foi, membro de diversas organizações internacionais incluindo o Group of Thirty (Grupo dos Trinta),o Conselho Internacional do banco JP Morgan , o Conselho do China Investment Corporation, o Council on Foreign Relations (Conselho de Relações Internacionais), a Junta de Assessores ao Presidente do Foro de Estabilidade Financeira, a Junta Assessora de Pesquisas do Banco Mundial, o Diálogo InterAmericano e a Junta de Diretores de Pro-Natura Estados Unidos. | |||
Além disso, o economista já participou do governo de [[Fernando Henrique Cardoso]] quando assumiu o [[Banco Central (BC)]] em 1999, até 2002. | |||
Desse modo, por seu histórico de posicionamentos liberais de direita, diversas organizações de esquerda, incluindo parte do PSOL, se mostraram contrárias ao seu investimento na campanha de Wesley Teixeira, como o jornal [[Diário Causa Operária]], na [https://www.causaoperaria.org.br/oportunismo-da-esquerda-e-otimo-para-a-direita/ reportagem "Oportunismo da esquerda é ótimo para a direita"]: | |||
"Já no Rio de Janeiro, o candidato a vereador do PSOL de Duque de Caxias (RJ), Wesley Teixeira, recebeu R$ 30 mil de doação de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso e que investe em candidaturas de direitistas do NOVO, PSDB, Cidadania, DEM e PV.O interesse de Fraga é claramente o de promover a política da direita. O investimento em um candidato a vereador do PSOL, fortemente ligado à política identitária, é o de fazer demagogia com a população negra brasileira e o de infiltrar direitistas nos partidos de esquerda para mudar a orientação dos partidos." (Diário Causa Operária, 04/10/2020) | |||
A professora, política e ativista brasileira Talíria Petrone também [https://www.taliriapetrone.com.br/blog/nota-da-mandata-taliria-petrone-sobre-financiamento-de-campanhas-eleitorais se posicionou] a favor da postura psolista: | |||
"Entendemos que “quem paga a banda escolhe a música” e que a autonomia e a independência financeira são condições para que tenhamos liberdade em defender as nossas pautas. Como socialistas e antirracistas, entendemos que não podemos estabelecer qualquer dependência daqueles e daquelas que são responsáveis pela política ultra neoliberal e de austeridade, porque sabemos bem na pele de quem chega a conta. Como bem aponta Silvio Almeida, a austeridade é racista. Justamente por isso, temos desacordo com a naturalização deste debate. Receber auxílio financeiro de Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e ferrenho defensor das políticas neoliberais, e de herdeiros do Itaú não nos auxilia na luta anticapitalista e antirracista." | |||
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Edição atual tal como às 08h17min de 5 de outubro de 2020

Contextualização
Wesley Teixeira é candidato pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) a vereador em Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Com o crescimento de sua candidatura e as discussões em volta de uma autocrítica à esquerda, Pedro Abramovay e Sueli Carneiro, no mês de setembro de 2020, organizou uma live para promover Wesley à alguns membros da elite econômica brasileira, que se dizem preocupados com o crescimento do autoritarismo no país: Walter Salles, cineasta que integra o conselho administrativo do Itaú Unibanco, João Moreira Salles, a escritora, também ligada ao Itaú, Bia Bracher e Armínio Fraga. O resultado da reunião foi o grande apoio financeiro dos participantes, contando com uma doação de 30 mil reais de Fraga. Nesse contexto, o PSOL se dividiu em opiniões a respeito da polêmica, parte rechaçou a decisão do candidato de aceitar as doações, visto que essa atitude pode resultar, se eleito, num apoio político em relação aos endinheirados doadores, parte defendeu Wesley, ao acreditar que ele não se rendeu aos interesses das elites, ao aceitar um apoio econômico decisivo para sua campanha, e apoiar o diálogo e negociação com outros setores mais ricos da sociedade. Essa divisão de opiniões, que reflete os conflitos dentro da esquerda política, provocou uma grande crise no partido, às vésperas das eleições estaduais e municipais, resultando na ameaça de importantes desligamentos ao partido, como Marcelo Freixo.
Publicação de Pedro Abramovay
Em defesa de Wesley Teixeira e de seu posicionamento e críticas em relação à esquerda brasileira, o diretor para a América Latina e o Caribe na empresa Open Society Foundations, Pedro Abramovay, publicou, após o crescimento da polêmica em torno do assunto, em seu Facebook:
"Mês passado, em uma live que fiz com o Haddad, eu fiz questão de dizer que nós deveríamos fazer uma autocrítica sobre o papel lateral que as questões de raça e de gênero - mas principalmente de raça- tiveram no governo do PT. Claro que várias pautas importantes foram aprovadas, mas os negros eram, no máximo, objetos das políticas públicas, quase nunca sujeitos. E eu estou convencido que para derrotar o autoritarismo e construir um projeto progressista, precisamos ver negros e mulheres ocupando os espaços de poder e liderando essas mudanças.
Por isso é tão necessário olhar e apoiar negros e mulheres nessas eleições de 2020. Uma das candidaturas mais importantes para mim esse ano é a de Wesley Teixeira para vereador em Caxias. Jovem, mas com mais de dez anos de militância, negro, evangélico, líder de um movimento de cursinhos pré-vestibulares e de alguma forma cria de uma geração de jovens na baixada que cresceu inspirado pela Casa Fluminense, organização que faz uma das discussões mais sérias sobre políticas públicas e desigualdades no Brasil - e tudo isso em uma segunda maior cidade do Estado, com ampla presença da milícia. Wesley representa hoje o oposto do Bolsonarismo e uma vitória desse jovem tão carismático pode apontar um caminho real para o Brasil que queremos.
E é por isso que eu, aproveitando todos meus privilégios, resolvi não poupar esforços para ajudar a elegê-lo. Organizei, junto com Sueli Carneiro, uma reunião on-line com algumas pessoas do topo da pirâmide no Brasil, que eu sei que estão preocupadas com o crescimento do autoritarismo no Brasil e também com o racismo. Pessoas como Walter e João Moreira Salles, Bia Bracher e Armínio Fraga. Quando eu contei pro Wesley, a primeira reação dele foi: "mas, Pedro, o que essas pessoas querem comigo? Nós certamente discordamos em muita coisa e eu não vou mudar quem eu sou." Eu garanti ao Wesley que ninguém ia pedir isso a ele. E, de fato, Wesley não mudou nada na conversa. Fez o seu discurso emocionante de negro, evangélico, da baixada, mas principalmente de esquerda. Respondeu perguntas difíceis, defendeu o PSOL e mesmo assim encantou a todos.
Quatro dos presentes resolveram doar para Wesley por entender que, apesar das discordâncias, o que está acontecendo no Brasil é grave demais para que apoiemos apenas quem pensa como a gente. Eu fiquei muito feliz, essas doações viabilizariam a campanha do Wesley. Uma campanha difícil e, sabemos, muito perigosa.
Mas, claro, essa felicidade não foi unânime. Alguns setores do PSOL ficaram indignados com a possibilidade de Wesley receber dinheiro de setores da elite. Claro que isso já aconteceu com outros candidatos (quase todos brancos) e até com doações ao partido. Mas para o jovem negro da baixada, que precisa dos recursos para sobreviver (política e fisicamente) nessa campanha, era demais.
Exigiram que Wesley devolvesse o dinheiro, o que me parece uma falta de compreensão do que está acontecendo no Brasil. O fascismo não será derrotado sem diálogo com outros setores. Aqui não se trata de alianças ou concessões (que certamente serão necessárias) mas de aceitar um apoio sem condições, que pode viabilizar uma das eleições que, como eu disse, pode ser uma das mais importantes para a esquerda no longo prazo.]
Felizmente Wesley me disse que não quer devolver o dinheiro. Que está tranquilo de que não vai mudar em nada sua atuação por causa dessas doações (públicas, transparentes), mas que acredita que recusar apoios agora é rechaçar a gravidade do momento. É mais uma vez aceitar os caminhos que sempre excluíram negros dos espaços de poder e que expõem pessoas como ele aos riscos profundos de se fazer política, pela esquerda, na Baixada Fluminense.
Wesley, vocês ainda vão ouvir falar muito nele, é um gigante. Uma das lideranças que mais me impressionou em toda minha vida política. E sairá ainda maior desse episódio." (Abramovay via Facebook, 01/10/2020)
Publicação de Luiz Eduardo Soares
A crise política e socioeconômica do Estado do Rio de Janeiro, segundo antropólogo cLuiz Eduardo Soares, em um texto publicado no Facebook, vem de uma histórica responsabilidade das elites cariocas, as quais financiam e apoiam candidaturas e políticas que atendem aos seus interesses pessoais e de classe, deixando as questões de desigualdade econômica e a garantia de direitos para a população carioca de lado. É nesse processo de valorização dos interesses pessoais e crescimento de uma crise generalizada que, atualmente, não apenas mais a classe trabalhadora carioca tem pago, a elite também. Nesse contexto, o estudioso defende a candidatura de Wesley Teixeira e critica a tentativa do PSOL em anular sua campanha, após o recebimento de contribuições de Armínio Fraga e outros da elite econômica carioca.
"O Rio, a Baixada e a eleição de Wesley Teixeira
As elites cariocas têm responsabilidade na ruína do Rio e na degradação da política. Optaram sempre por apoiar lideranças subservientes a seus interesses, mesmo sabendo de suas alianças com o milicianato. Estigmatizaram Freixo duas vezes. A política, para as elites cariocas, sempre foi um modelo de negócios. Agora, lamentam. A profundidade da crise devora seus criadores. Mantiveram as esquerdas sob cerco e entregaram os anéis às máfias. Hoje, perderam até os dedos. Além disso, as elites cariocas mantiveram sob o cerco do silêncio cúmplice a Baixada Fluminense, como se o apodrecimento institucional respeitasse a geografia. A Baixada foi sempre o grande Outro da cidade maravilhosa, a sombra e o abismo para onde não se deve olhar. Que os bandoleiros se matem pela carniça, desde que não sujem de sangue o cartão postal. Desde que mantenham as massas sob controle, por chantagem, coação e distribuição das migalhas. Quando Lindbergh mudou-se para a Baixada e elegeu-se prefeito de Nova Iguaçu, foi desprezado por parte da esquerda. O que era um gesto de coragem e ousadia democrática foi visto como oportunismo carreirista e fisiológico. Na Baixada, assassinatos políticos ocorrem às dezenas, as milícias se impõem. A grande mídia não quis saber: "Um dia o progresso da capital civilizaria a escória." Pois é, enganaram-se: a Baixada exportou seus métodos políticos e colonizou a capital. As polícias levam e trazem as artes macabras de seu ofício. O assassinato de Marielle foi um sinal trágico. Quem se importou, nas elites? Quem mandou matar Marielle? Até hoje não se sabe e a rotina não se alterou, naturalizando a abjeção. Esta semana, a terraplanagem política da Baixada, que se voltou contra os feiticeiros, inoculou segmentos do PSOL, que tentaram anular a candidatura à vereança em Caxias de um jovem negro, socialista e evangélico, Wesley Teixeira. A justificativa? Ele recebeu recursos de Armínio Fraga e outras pessoas que têm dinheiro e alguma coisa na cabeça, além de seus próprios interesses, pessoas que se convenceram de que o fascismo avança no Brasil e seu berço está aqui, e que precisamos de gente capaz de arriscar a vida por seus ideais, ou não teremos país nenhum. O diálogo entre Wesley e seus apoiadores foi transparente e público. Esses segmentos psolistas se acham radicais. Isso é sectarismo infantil, o mais velho, estreito e melancólico, não tem nada de radical. Radical é Wesley, ao se levantar contra a corja de assassinos que domina a Baixada há décadas e foi aliada dos porões da ditadura. Radical é quem não teme o dinheiro porque confia na própria integridade. Radical é quem sabe que seu compromisso não tem preço." (Soares via Facebook, 03/10/2020)
Publicações de Julita Lemgruber e Douglas Belchior
Em apoio à candidatura de Wesley Teixeira e denúncia do posicionamento do partido , a socióloga brasileira Julita Lemgruber e o líder político Douglas Belchior publicaram no Facebook e no Twitter.
“Wesley Teixeira, irmão preto da baixada fluminense, jovem, militante do MNU, está sendo perseguido. O PSOL 50 está ameaçando retirar sua candidatura. Querem penalizá-lo por receber doação de um branco rico. Não apoiam e não permitem que seja apoiado.
Sim, querem que devolva o dinheiro ou impugnam sua candidatura. Hipócritas! Se receber doação de brancos ricos fosse critério de eliminação, as estrelas do Psol não teriam um puto pra gastar em suas campanhas. Mas eles podem. Pretos autônomos do seu chicote, não!
Via de regra, militantes da esquerda branca zona sul carioca ou oeste paulistana, fazem voto de pobreza. Contrariam os pais ricos e aderem ao marxismo. Usam roupa rasgada e suja em suas aulas na PUC-USP. Sua bondade classista os transformam em heróis. Grana não é necessidade.
Podem ser radicais. Quando se colocam publicamente contra o capitalismo e enfrentam as elites, estão brigando com os amigos dos pais. Tem rede de proteção. Em outros tempos, se exilavam em Paris. Hoje resistem em unidades democráticas. Alvas alianças. Eles podem. Um preto não.
@wesleyteixeiras não fez nada de errado. É um cidadão exercendo seu direito de ser candidato. Enquanto outro cidadão, no mesmo exercício, doa licitamente recursos para sua campanha. Se há adesão de algum lado, é a do doador à agenda do candidato e não ao contrário. Eu confio.
Sim, eu confio. @wesleyteixeira é um mano da favela. Tem formação ideológica consistente. É reconhecido pelo seu trampo. Se fosse um lourinho zona sul teria o mesmo tratamento? Seria alvo da mesma desconfiança? Bora fuçar nas contas de campanha desses hipócritas do caralho!
Não tem que devolver dinheiro nenhum. Tem que ganhar a eleição para lutar pelo povo preto e pobre de Caxias. O Psol quer só mais um pretinho pra juntar votos pra caixinha dos brancos. Não terão! Atacar @wesleyteixeiras é atacar pretas e pretos em todo Brasil. Vai custar caro.” (Belchior via Facebook e Twitter, 01/10/2020)
Armínio Fraga e suas relações políticas

Fraga é, ou já foi, membro de diversas organizações internacionais incluindo o Group of Thirty (Grupo dos Trinta),o Conselho Internacional do banco JP Morgan , o Conselho do China Investment Corporation, o Council on Foreign Relations (Conselho de Relações Internacionais), a Junta de Assessores ao Presidente do Foro de Estabilidade Financeira, a Junta Assessora de Pesquisas do Banco Mundial, o Diálogo InterAmericano e a Junta de Diretores de Pro-Natura Estados Unidos.
Além disso, o economista já participou do governo de Fernando Henrique Cardoso quando assumiu o Banco Central (BC) em 1999, até 2002.
Desse modo, por seu histórico de posicionamentos liberais de direita, diversas organizações de esquerda, incluindo parte do PSOL, se mostraram contrárias ao seu investimento na campanha de Wesley Teixeira, como o jornal Diário Causa Operária, na reportagem "Oportunismo da esquerda é ótimo para a direita":
"Já no Rio de Janeiro, o candidato a vereador do PSOL de Duque de Caxias (RJ), Wesley Teixeira, recebeu R$ 30 mil de doação de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso e que investe em candidaturas de direitistas do NOVO, PSDB, Cidadania, DEM e PV.O interesse de Fraga é claramente o de promover a política da direita. O investimento em um candidato a vereador do PSOL, fortemente ligado à política identitária, é o de fazer demagogia com a população negra brasileira e o de infiltrar direitistas nos partidos de esquerda para mudar a orientação dos partidos." (Diário Causa Operária, 04/10/2020)
A professora, política e ativista brasileira Talíria Petrone também se posicionou a favor da postura psolista: "Entendemos que “quem paga a banda escolhe a música” e que a autonomia e a independência financeira são condições para que tenhamos liberdade em defender as nossas pautas. Como socialistas e antirracistas, entendemos que não podemos estabelecer qualquer dependência daqueles e daquelas que são responsáveis pela política ultra neoliberal e de austeridade, porque sabemos bem na pele de quem chega a conta. Como bem aponta Silvio Almeida, a austeridade é racista. Justamente por isso, temos desacordo com a naturalização deste debate. Receber auxílio financeiro de Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e ferrenho defensor das políticas neoliberais, e de herdeiros do Itaú não nos auxilia na luta anticapitalista e antirracista."